quarta-feira, agosto 30, 2006

Cristãos estariam sendo usados como "escudo humano" pelo Hezbollah

Informações de agências missionárias cristãs internacionais revelam que muitos das pessoas que morreram até agora na guerra que atinge o sul do Líbano e o Norte de Israel são cristãos que estão sendo usados como escudos humanos pelo grupo terrorista islâmico Hezbollah. Como exemplo, uma notícia divulgada pela Agência de Notícias Evangélicas News, (http://www.evangelicalnews.org/) informa que aldeias cristãs no sul do Líbano, como Ain Ebel, Rmeish, Alma Alshaab e outras, estão sendo usadas pelos terroristas do Hezbollah como base para lançamento de mísseis.

Ainda conforme as informações da Agência, muitos cristãos estão entre as vítimas inocentes da atual violência que irrompeu inesperadamente no Líbano. Pegos de surpresa em um conflito que não lhes diz respeito, os cristãos necessitam urgentemente de comida, abrigo e cuidados médicos. Milhares de libaneses fogem em busca de abrigo, e os cristãos formam uma proporção substancial desses refugiados. Alguns foram para as montanhas libanesas, enquanto dezenas de milhares fugiram para a Síria. Como a crise aconteceu de repente, a ajuda humanitária não estava preparada para agir.

"O Hezbollah está repetindo o mesmo padrão que praticou contra Israel em 1996", declarou o ex-comandante do exército libanês, coronel Charbel Barkat à agência. "O Hezbollah está escondido entre a população civil e atacando por detrás de escudos humanos." Um cristão da vila de Ain Ebel, que não quis se identificar por temer retaliação do Hezbollah, descobriu que guerrilheiros estavam instalando uma base de lançamento de mísseis katyusha (de fabricação russa) no telhado de sua casa. Ignorando seu apelo para que parassem, eles dispararam os mísseis. O cristão imediatamente reuniu sua família e fugiu de casa, que foi bombardeada e destruída 15 minutos depois por um ataque aéreo israelense.

Além de terem suas casas confiscadas para servirem de bases de ataques do Hezbolhah, os cristãos têm sido impedidos de fugir de suas aldeias. "O Hezbollah é a questão", adverte o reverendo Keith Roderick, representante em Washington da Solidariedade Cristã Internacional (CSI, sigla em inglês) e secretário geral da Coalizão para Defesa dos Direitos Humanos. "Há um processo de deturpação da posição da maioria dos cristãos libaneses." Roderick viajou recentemente para o Líbano para se encontrar com líderes da Revolução dos Cedros e ativistas libaneses.

Sami El-Khoury, presidente da União Mundial Maronita, afirma que os relatos sobre o apoio dos cristãos ao Hezbollah são equivocados. "Ao contrario do que a imprensa ocidental noticia, indicando altas porcentagens de cristãos apoiando o Hezbollah, 90% dos cristãos, 80% dos sunitas e 40% dos xiitas do Líbano se opõem ao grupo", assegura o líder maronita. Os cristãos formam atualmente 30% da população libanesa. Embora eles tenham sido um grupo bem maior há centenas de anos, a emigração e o pequeno tamanho das famílias cristãs fez com que a proporção deles na população ficasse reduzida agora.

A Solidariedade Cristã Internacional lamenta a destruição e violência infligida ao Líbano e admite que a comunidade internacional deve desempenhar seu papel na restauração do país. Ele também reconhece que se o Hezbollah não for desarmado, o futuro dos cristãos libaneses será incerto e todos os que apóiam a democracia estarão expostos. "O governo libanês deveria direcionar seu ódio contra o Hezbollah e não contra Israel", observou Tom Harb, secretário geral do Comitê Internacional para a Resolução 1559 do Conselho de Segurança da ONU (UNSCR 1559).

A CSI pede que a ONU estabeleça uma comissão politicamente independente para investigar as violações do Hezbollah à Convenção de Genebra no que diz respeito à proteção de vítimas de conflitos armados internacionais (Protocolo 1). Esse protocolo proíbe o uso de civis como escudos militares. A organização também defende que o Conselho de Segurança da ONU se posicione, sem adiar mais o envio de uma força internacional no sul e no leste do Líbano a fim de facilitar um cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah.

Para a organização, a ONU precisa ajudar a impedir o fornecimento de armas da Síria ao Hezbollah, e auxiliar o governo libanês no cumprimento de sua obrigação de desarmar o Hezbollah, de acordo como UNSCR1559. Parceiros da ONG Fundação Barnabé estão nas montanhas do Líbano, cuidando das pessoas que fugiram do sul do país. Nabil Costa, da Sociedade Libanesa para a Educação e Desenvolvimento Social, relata que, além das necessidades dos desabrigados, há muitos cristãos carentes que foram demitidos. Eles agora não têm emprego e não podem comprar comida.

Outros parceiros da Fundação, que estão na Síria, dizem que a necessidade mais urgente é de leite e alimentos para bebês e crianças. Haddad, um médico sírio e líder cristão, falou das principais preocupações: "Temos muitas pessoas subnutridas, debilitadas, doentes e com danos físicos (ferimentos e infecções). Alguns precisam ser hospitalizados e outros precisam de ajuda médica imediatamente". Cabanas e outros tipos de abrigo também são necessários. O diretor internacional da Fundação Barnabé, Patrick Sookhdeo, pede aos cristãos de todo o mundo: "Convoco meus irmãos a orarem por nossa família cristã no Líbano, e ajudá-la como for possível". (Com informações da Missões Portas Abertas – www.portasabertas.org.br)
(Tribuna do Interior)

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