Na noite passada, já era tarde, quando cheguei da escola. Até aquecer uma pizza pra comer, liguei a televisão para ver o telejornal. Uma chamada do Programa do Jô durante o telejornal me deixou curioso: Vanessa de Oliveira lança livro. Pensei: Uma nova escritora. Nunca ouvi falar. Acabando de comer a pizza, resolvi assistir às entrevistas.
O apresentador Jô Soares, bem humorado como sempre, disse na abertura de seu programa, falando algo para homengear as mulheres, que aquele noite seria "delas". Talvez seja por isso que as duas entrevistadas foram do sexo feminino: a cantora Rosemary, lançando seu novo disco Rosemary em mulheres da Mangueira e a "escritora" Vanessa de Oliveira, lançando seu livro Diário de Marise. Até aí, tudo bem, pois seria um programa cultural, pois não é sempre que um escritor e um cantor são entrevistados num mesmo programa.
Não vou aqui escrever acerca da cantora, mas sim da escritora, aproveitando que esta semana o Brasil está com um enconto internacional de escritores em Paraty, no RJ e também aqui em Criciúma, acontece uma feira do livro.
Quem seria esta nova escritora? A questão é que, Vanessa de Oliveira não se apresenta como escritora, mas sim como ex-garota de programa. Durante dois blocos do programa (o programa possui três) Vanessa contou acerca de seu trabalho como garota de programa em Balneário Camboriú, litoral catarinense, onde atuava com três personagens, para, segundo ela, atender a todos os gostos e bolsos. Além disso, trabalhava como colunista Privé num jornal daquela cidade. Mãe de uma filha de doze anos, Oliveira afirmou que durante os quatro anos e meio que foi profissional do sexo, ela chegou a fazer 13 programas num mesmo dia. Ela usou até mesmo de um certo suspense, pra levar às pessoas a lerem o livro, deixando de contar o final de uma de suas histórias.
Num país, onde nossa cultura já não é "aquela Brastemp", parece que um novo filão de mercado literário está surgindo: ex-profissionais do sexo expõe seus encontros, aventuras sexuais e peripécias em blogs e em livros. Um exemplo disso é o caso da Bruna Surfistinha e seu livro O Doce Veneno do Escorpião, que ocupa o 4º lugar entre os livros de não-ficção mais vendidos, estando a 36 semanas consecutivas na lista de todos os livros mais vendidos (segundo Revista Veja, edição 1968, de 09/08/2006).
Esta marca é um recorde, pois, enquanto nas principais cidades norte-americanas e européias a média anual varia de sete a 12 livros lidos por estudante, no Brasil, o índice é de 2,4 por habitante. Outra pesquisa, aponta também números interessantes. Segundo dados da Unicamp, no Brasil há uma população alfabetizada, com mais de 14 anos, em torno de 86 milhões de pessoas. De acordo com pesquisa Retrato da Leitura no Brasil, feita pela Câmara Brasileira do Livro, a CBL, em 40 cidades espalhadas por todas as regiões do País, 62% desse contingente afirmam que gostam de ler, enquanto que 30% haviam lido um livro nos três últimos meses que antecederam a pesquisa, e 20% tinham lido apenas uma obra no último ano.
A pergunta que surge então é: como um livro de cultura inútil (perdoem minha franqueza) consegue se manter por tantas semanas na lista dos mais vendidos? O que está levando o povo a esta atitude? O que acontece hoje é uma inversão de valores. Não vemos mais hoje em dia, pais que têm interesse em ver um futuro brilhante, culturamente falando, para seus filhos. A questão é financeira. A moda é preparar os filhos para serem modelos, jogadores de futebol ou artistas de televisão. Esta inversão de valores acaba se refletindo nos costumes e na cultura.
Precisamos voltar nossos olhos ao passado, e percebermos que algumas coisas são vitais para o contínuo crescimento cultural de nosso país. Famílias estão sendo destruídas, pela falta de diálogo entre si. Alunos buscam uma escola, não para aprender, mas para seus pais ganharem uma quantia em dinheiro de um projeto do governo. Programas de televisão, em horários considerados livres, apresentam discussões, violência e nudez. O modelo de educação baseado no exemplo está se desmoronado. Enquanto a sociedade não despertar do sono em que está, nosso país continuará do mesmo jeito, pior a cada dia.
Usemos nossa consciência e o livre arbítrio que Deus nos deu. Sejamos racionais em nosso comportamento. Salomão, o homem mais sábio que já existiu, disse certa vez: " A boa inteligência consegue favor, mas o caminho dos pérfidos é intransitável". Prov. 13:15.
Júnior PEBA Paiva
5 comentários:
Meu caro Peba, o caso, se me permite falar com franqueza, é que sexo sempre vendeu muito bem. E com certeza vai continuar vendendo. As garotas em questão, na verdade nao pararam de vender seu corpo, simplismente o fazem de uma maneira mais sutil, já que entendem que é dificil se contentar com pouco quem um dia teve "muito".
você me permite, a raça humana perdeu sua indentidade ao longo dos séculos. Hoje ela não é 1/3 do que foi um dia; apenas caminha a sombra de uma indentidade perdida e o resultado é isso.
QUERIDO, ENTRE NO MEU SITE
www.vanessadeoliveira.net
VC PERCEBERÁ QUE UM DIA TER SUDO GAROTA DE PROGRAMA É APENAS UM MERO DETALHE E QUE O CONTEÚDO DO LIVRO TEM UM LINGUAJAR RICO, NÃO VULGAR, COM CONTEXTO SOCIAL É UM ROMANCE AUTOBIOGRÁFICO.
VALE A PENA CONFERIR!!! ESQUEÇA QUE UM DIA EU TRABALHEI NESSA ÁREA E SE DIVIRTA PARA CARAMBA, O MAIS IMPORTANTE É O CONTEÚDO E NÃO MINHAS CARACTERÍSTICAS. NÃO SERIA SEU TEXTO PRECONCEITUOSO AO MEU RESPEITO?
DEPOIS DE VC LER O DIÁRIO DE MARISE, TENHO CERTEZA DE QUE VOCÊ VAI MUDAR DE OPINIÃO,
GRANDE BEIJO,
VANESSA...
Vc é pastor adventista, não é!
(rsrsrsrs)
acho q isso é um fenômeno natural... Se estamos na "pós-modernidade", o q queríamos q acontecesse?
Pessoas formatadas, preocupadas com não sei o quê!
É claro que, dada a "tecnologia do corpo", o q importa é ele, nada mais...
Eu poderia escrever o que penso aqui, mas prefiro indicar um texto que achei na internet, que mostra bem o que penso.
http://www.portalliteral.com.br/artigos/ex-prostitutas-pseudoescritoras
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