quarta-feira, agosto 09, 2006

Gravidez Precoce: os anos mudam, os problemas são os mesmos


As adolescentes brasileiras de classe média baixa com gravidez indesejada cometem hoje os mesmos erros das adolescentes que poderiam ser suas mães e que engravidaram no início da década de 80. Dois estudos da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), um realizado em 1979 e outro que está sendo concluído agora, mostram que, apesar da maioria das garotas conhecer métodos anticoncepcionais, o índice de gravidez permanece pela falta de prática na utilização desses métodos.

De acordo com levantamento do Ministério da Saúde, o número de partos realizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde) registra crescimento desde 1996, ano em que aconteceram 638.087 nascimentos de filhos de adolescentes -22,34% dos partos no país, que chegaram a 2.856.255. Em 1999, o número chegou a 712.915 partos entre adolescentes de 10 a 19 anos. Hoje o número é 08 vezes maior.

De acordo com o diretor do Departamento de Tocoginecologia do Caism (Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher da Unicamp), João Luiz Pinto e Silva, 55, que coordenou a primeira pesquisa na década de 80 e orienta o pesquisador e obstetra Márcio Belo, que faz a análise em conclusão, o crescimento pela consequente falta de prática no uso de anticoncepcionais aponta para a falta de política de ação governamental, educação e prática de relações familiares.

Além de diretor do departamento da Unicamp, Silva atuou como presidente da Comissão Científica do Programa de Assistência Integral à Saúde do Adolescente da Secretaria de Saúde de São Paulo.

"Minha frustração é não ter conseguido estancar de alguma forma a gravidez na adolescência com as atitudes que foram tomadas ao longo desses anos. Dentro da universidade criamos serviços e tivemos uma pequena redução, mas do ponto de vista do país em geral foi um desastre. Temos que refazer o modelo de educação dos nossos jovens para evitar que esse problema se perpetue", reconhece.

"Tivemos avanços com intenções diferentes. O avanço da informação do uso do preservativo, do anticoncepcional, não foi realizado no sentido de que havia uma consciência social de que ele precisava ser feito. Existia um pânico com uma doença chamada Aids e que você precisava cercar o grupo de risco", observa o pesquisador.

O equívoco, nesse sentido, observa Silva, ficou no fogo pela educação contra a doença. "A divulgação não se fazia para a prevenção da gravidez entre adolescentes, para orientação para ele exercer sozinho sua sexualidade, mas sim para prevenir o aparecimento de doenças, e esse tipo de coisa não está gerando hoje a atitude de consciência contra a gravidez indesejada", conclui.

"Na verdade o enfoque de informação está incorreto. Você na realidade deveria envolver esse tipo de informação de uma maneira prática e educativa para que gerasse um comportamento diferente. O conhecimento está acessível, mas o comportamento não está se modificando", diz o obstetra, que ataca as campanhas "emergenciais" do estado como a distribuição de preservativos.

"Isso não serve para nada. Dar camisinhas no Carnaval, jogar no show de rock, não serve para nada. Isso não está gerando comportamentos. Parece que está, mas não está. Precisamos mergulhar em um processo que tenha uma outra forma de transferir o conhecimento."
(Folha Online)

Há cerca de 6000 anos atrás, o Senhor Deus ensinou acerca do combate a gravidez precoce. Na Bíblia, em Gên. 2:24, encontramos o conselho sagrado: "Por isso, deixa o homem pai e mãe e se una à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne". Infelizmente, não é essa a realidade de hoje. Ocorre exatamente o contrário - primeiro se tornam uma só carne, depois deixam a casa de um dos pais e vão para a casa do outro pai.

Dura é a caminhada quando se anda contrário de Deus.

Júnior PEBA Paiva

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