quarta-feira, agosto 09, 2006

Criciúma (SC) - Estudantes angolanos fazem intercâmbio e descobrem o Brasil


“Vocês são pessoas muito quentes, calorosas. Essa é nossa primeira impressão”, diz o jovem Heidy Ramos, de 21 anos, que está literalmente descobrindo o Brasil. Ele faz parte do grupo de 24 estudantes angolanos que desembarcaram em Criciúma, através de um intercâmbio entre a Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) e entidades educacionais de Angola.
“Através de uma visita de diretores da Unesc e de uma avaliação, fomos aprovados, esperamos a viabilização do acordo de cooperação, e estamos aqui”, explicou.

O programa, segundo os estudantes, ainda pretende trazer mais jovens, somando o total de 67 contemplados com a experiência internacional. Serão cinco anos de cursos e vivência com o povo brasileiro, divididos entre as salas de aula e a rotina criciumense. Os estudantes estão distribuídos nos cursos de Engenharia Civil, Engenharia Ambiental, Medicina, Ciências da Computação, Ciências Contábeis, Fisioterapia e Administração de Empresas. Alguns já freqüentavam a universidade no país de origem, mas abriram mão da conclusão por lá, pela oportunidade no Brasil.

Esse é o caso de Heidy, oriundo do Norte de Angola. “Estava no segundo período de arquitetura e vou cursar Engenharia Civil. Mesmo enfrentando a saudade, vale a pena. A saudade eu vou contornando pela internet, mantendo contato com a família e os amigos”, diz.
Sobre a imagem que tinham do Brasil e a que eles agora podem conferir de perto, eles revelam que a Globo e a Record (emissoras de televisão) são muito vistas pelos angolanos. E através delas, a imagem que eles tinham era de um país bastante violento.

“Lá nós sabemos muito do Rio de Janeiro e de São Paulo. Por isso, ficávamos assustados. Mas sempre soubemos também que era um país lindo”.

Depois dos primeiros dias (eles chegaram na última sexta-feira) os olhos vão buscando novas impressões, em cada esquina. “Começamos a ver o Brasil em Florianópolis, e gostamos muito. Parece que todo mundo é simpático. A língua é a mesma, mas a gastronomia, os costumes, a forma de se relacionar são bem diferentes”. Se vão se acostumar? “Sim, só iremos em casa nas férias. Aqui agora é nosso lar”.
(Diário de Criciúma)

O sistema de intercâmbios existe a aproximadamente 20 anos no Brasil, começando com pouquíssimas instituições e atualmente, virou febre entre estudantes. Existem pontos positivos e negativos, mas o convívio em outra cultura é excepcional. Digo isso de experiência própria, quando passei 9 meses no Chile no ano de 1994. Se um dia você tiver oportunidade, vá, pois você não se arrependerá.

Júnior PEBA Paiva

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