A execução de três militantes cristãos nesta quinta-feira por um pelotão de fuzilamento na Indonésia provocou uma onda de violentos protestos no país.
Fabianus Tibo, Marianus Riwu e Dominggus Silva haviam sido condenados à morte cinco anos atrás, por planejar uma série de ataques a muçulmanos durante confrontos ocorridos no distrito de Poso, na ilha indonésia de Sulawesi, em 2000. Pelo menos 70 pessoas morreram nesses ataques.
Depois do fuzilamento, milhares de pessoas protestaram tomando as ruas de várias ilhas indonésias. Multidões saquearam lojas, atearam fogo a carros e prédios do governo e libertaram os presos de uma cadeia.
Mas em Palu, onde aconteceram as execuções, não houve confrontos. Mais de mil cristãos se reuniram em igrejas para rezar pelos três homens executados, que alegavam ser inocentes.
A execução estava marcada para o mês passado, mas foi adiada depois de um apelo feito pelo papa Bento 16 e de protestos realizados por cristãos na Indonésia.
O Vaticano voltou a se pronunciar depois do fuzilamento, descrevendo o ato como "uma derrota para a humanidade". A organização de direitos humanos Anistia Internacional também expressou decepção com a execução.
Violência
Nas ilhas de Flores e de Sulawesi, onde ocorreu o fuzilamento, houve confrontos, mas os protestos mais violentos aconteceram na cidade de maioria cristã Atambua, no Timor Oeste, terra natal de um dos homens executados. Lá, pelo menos mil manifestantes tomaram as ruas, atirando pedras e saqueando lojas.
Eles também danificaram escritórios do governo e invadiram a cadeia, libertando cerca de 200 presos. Apenas 20 deles foram recapturados até o momento, segundo a polícia.
Um padre católico na cidade disse à agência France Presse que ele e três outros religiosos conseguiram acalmar os manifestantes e fazê-los voltarem para suas casas. O subchefe da polícia Adang Daradjatun frisou que a violência era dirigida contra as autoridades, não contra os muçulmanos, e que não representava o reinício do conflito religioso de seis anos atrás.
Reações
As execuções reacenderam a polêmica na Indonésia sobre as diferentes sentenças dadas a cristãos e muçulmanos no caso. Poucos muçulmanos foram punidos pela violência em Sulawesi e nenhum deles foi condenado a mais de 15 anos de prisão.
Defensores de direitos humanos alegam ainda que os três homens executados possivelmente participaram dos confrontos religiosos, mas que não seriam os líderes do movimento.
Os ataques de 2000, pelos quais os três cristãos foram executados, foram parte de uma onda de violência que deixou mais de mil mortos entre 1999 e 2001. O estopim para os confrontos foi uma briga entre gangues cristãs e muçulmanas em 1998.
Apesar de o governo da Indonésia negar, grande parte da população relaciona a execução dos cristãos à condenação à morte de três muçulmanos por sua participação nos atentados de 2002 em Bali, que mataram mais de 200 pessoas. Os militantes estão agora fazendo seus últimos apelos por clemência.
A Indonésia abriga o maior número de muçulmanos do mundo, mas em várias partes do leste do país as populações muçulmanas e cristãs são praticamente iguais.
(BBC.com)
Um comentário:
A perseguição está batendo às portas...que isso venha fortalecer nossa fé nas profecias, e nos acordar para a proximidade da volta de Cristo.Um abraço meu irmãom que Deus continue o abençoando!
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